Incontestáveis Adoradores

Enquanto vislumbramos ano após ano vivenciar as mudanças oriundas de novos tempos, nova era, novos rumos e novas expectativas, nos perguntamos se a igreja irá acompanhar essa desenfreada contínua que adentra cada vez mais os corredores sagrados, permanecendo por vezes oculto, por vezes ignorado, por vezes implantado, e por algumas vezes até imposto, e a cada alvorecer com ele a certeza de que tudo está em um ritmo frenético de mudanças e mais mudanças.

Ao apoiarmos nossa expectativa na Bíblia Sagrada, pasmem, é desanimador por demais, porque a incógnita é mais absurda de clara e nítida bem diante de nossos olhos. Me pergunto quando foi ou em qual tempo exatamente a igreja desfrutou de tanta liberdade nesse país, e desde quando a proliferação “evangélica“ se tornou mesmo uma moda, um marco personificado nasmúsicas, nos estilos e no figurino de “evangélicos“ movimentando as massas, que víamos dantes somente em shows de bandas rock e cantores famosamente renomados.

O único conforto que a bíblia nos proporciona a respeito disso tudo, do comportamento humano e das mudanças que marcam profundamente o seio eclesiástico, é de que os verdadeiros serão recompensados com uma vida além desta, recompensa essa que encherá os olhos àqueles que conseguirem alcançá-la... recompensa essa que será inefavelmente prazeirosa e a frase que a descreve é “...o que os olhos não viram e o coração nunca sentiu...“; Fico então tentando imaginar o que de tão especial há nessa vida além desta, e ao estagnar o pensamento de forma analítica, suntuosa e sem perder qualquer detalhe, começo a entender porque as mudanças de nosso tempo, ou melhor dizendo, a partir deste tempo são tão significativas, tão espantosas e ao mesmo tempo agradáveis aos olhos, ao coração, à mente e ao mais íntimo sentimento escondido no coração.

Começo a entender porque satanás tenta de todas as formas nos fazer não pensar na vida além desta, consegue nos fazer desvirtuar vagarosamente ou muitas vezes de maneira discrepante de nosso objetivo terrestre, conduzindo a muitos por um caminho que não poderá levál-los á vida além desta: deve mesmo existir um lugar onde nenhuma palavra poderia descrever, nenhum sentimento humano poderia perscrutrar, tampouco usufruir tão significantemente, por isso satanás tenta de todas as maneiras atingir o povo que Deus deseja salvar, deseja fazê-los moradores de seu reino, um lugar prometido desde a fundação do mundo, onde o que vemos de errado, corrupto, pecaminoso, incorreto, injusto entre outros adjetivos negativos possíveis de reconhecer... jamais serão lembrados durante a eternidade...

Fico pensando: então é por isso que tantas pessoas estão sendo levadas a crer que na vida vindoura tudo será tão facilmente encontrado, obtido, conquistado... se a mente das pessoas puderem alcançar que não é tão difícil assim entrar no reino de Deus, então elas se desconcentram do verdadeiro objetivo terrestre de suas vidas limitadas, falhas e deprimentes, e perderão o rumo que os levaria até Deus, através de hipocrisias e mentiras cantadas, louvadas, palavras torpes lançadas ao vento embutidas subliminarmente em louvores de adoração compostos por idólatras, soberbos, amantes de si mesmos, mais adoradores do mundo do que adoradores de Deus (conforme diz a bíblia sagrada que eles existiriam em nosso tempo), e etc... Tudo isso para mostrar a um povo corrupto que não é preciso temer o mal, pois Cristo já o venceu, não é preciso mais lutar, Cristo já lutou, não é preciso sofrer por um ideal pois Cristo já sofreu...

Ao desfocar a mente das pessoas que buscam o reino de Deus em espírito e em verdade, satanás consegue triunfar, tirando o sentido da vida além desta vida, tornando tudo insubstancial, encrustrando nos corações de todos os evangélicos que eles devem conquistar o que é material, pois o que vivemos aqui não é o espírito, porque espírito não dorme, não come, não urina, não defeca, não faz nada, então o momento do espirito é somente quando no caminhar aos domingos para a congregação, cantar algumas músicas em louvor a “Deus“, ouvir um pequeno sermão e voltar para a rotina terrestre, sempre almejando o topo da cadeia profissional, pois o importante é possuir o mehor desta Terra, enquanto que “uma nova Terra“ preparada para os verdadeiros evangélicos fica de lado, até não ser mais importante na vida de nenhum cristão, e então satanás poderá aferir seu golpe final, quando dentro do crente, do evangélico não haverá nenhum tipo de elo ou ligação ou vínculo que o denote como pertencente ao Deus Todo-Poderoso, e nesse caso, satanás poderá tomar posse do trouxa, com sua alma vazia e gélida como um recipiente deixado nas geleiras da Groelândia, fria, insólita e infeliz, pois a felicidade é um estado de espírito, coisa que conquistas financeiras jamais poderão comprar.

Ainda há esperança, pois alguns trouxas começaram a enxergar a verdadeira verdade (uma lástima que só descobrem quando estão na pior, sem dinheiro ou doentes para morrer...) e estão reduzindo a velocidade dessas mudanças tão “bacanas“ no metiée evangélico e estão regredindo aos bons costumes praticados pela igreja de outrora, quando ser prudente, vigilante e maleavelmente rígido eram quesitos primordiais para um verdadeiro líder denominacional. Essa época era quando os líderes evangélicos eram verdadeiras “topeiras“, grandes ignorantes e ríspidos homens de Deus, que muitos dos que dançam e se esparramam pelos templos hoje chamavam de “grosseirões“, “estúpidos“, “analfabetos“ etc, etc... mas que sabiam, com tamanha sabedoria e discernimento, adestrar as mãos para o combate e manter um povo fiel a Deus e aos princípios bíblicos sem ferir, sem magoar e sem perder o amor fraternal.

...é... isso foi outrora mesmo... aconteceu, foi fato! Olhe hoje para os púlpitos: jovens meninos, nem ainda sabem pronunciar o nome de Jesus Cristo e já se acham no direito de usurpar a liderança denominacional, aplicar novas idéias, dar um toque mais “moderno“ na igreja, sepultar costumes antigos e antiquados, acompanhar a modernidade (modernidade e modernização são palavras extremamente distintas) e abrir de forma mais ampla as portas do reino de Deus.

“Não é preciso mais lutar, o diabo já foi vencido, não é preciso mais se preocupar, esse otário já era... Vamos então louvar a Deus, deixem os maconheiros entrarem, deixem as prostitutas entrarem, os bebuns, os farristas, chamem também os repentistas e funkeiros, vamos dar uma festa ao Senhor que derrotou satanás e nos salvou... Aleluia! Louvado seja o nome do Senhor! Você precisa conquistar, a bíblia manda você ter o melhor desta Terra, glória a Deus, vamos possuir como Josué, vamos destroçar o inimigo de nossas almas e tomar posse dos tesouros que Deus tem pra nós... êêêêêêêêêê...Deus tremendo... Aleluia...!“

Quando foi a última vez que frases de incentivo como essa você já ouviu, proferida pelos lábios inexperientes de garotos com um microfone na mão, conduzindo o povo pela estrada mais larga? Sabe onde isso levará? Sabe exatamente onde isso vai terminar?

A culpa pertence aos próprios anciões do templo, que assim como Eli, permitiram que mudanças fossem inseridas na igreja, de forma sutil, sorrateira, discreta... como um câncer, que cresceu, cresceu e agora afixou-se no pulmão da igreja, tornando-a alvo de ladrões, traficantes, mercantes, empresários, pedófilos, homossexuais, cientistas e até psicopatas degenerados... vírus que destroem a igreja aos poucos, e o povo trouxa ainda acredita que Deus os livrará... que Deus enviará novamente seu único filho para morrer sabe-se lá de que modo agora, talvez, sob a mira de uma M-50 ou exposto a luz gama, ou até empurrado de um avião da força aérea a 2000 pés de altura...

É hora de pensarmos o porque de estarmos aqui, e o por que de percebermos tanta desordem mental nos evangélicos, que estão abraçando o mundo que nem mais está lá fora, mas dentro da igreja, em músicas, artistas, pregadores e palestrantes, que desviam o olhar cristão da vida eterna para a futilidade e fragilidade da vida limitada na Terra, que diga-se de passagem, será destruída de uma vez por todas no fim de tudo, porque até a paciência de Deus tem limites, e assim como nos dias de Noé, Ele fará justiça, e se não por água agora... então pelo fogo...

Sacuda a poeira de suas roupas, irmão amado, pois a justiça de Deus se aplicará sobre aqueles que ignoraram a morte de seu único filho. Paulo recharça sobre esse assunto quando afirma que “aquele que nem ao seu próprio filho poupou...“ Paulo ainda se referiu ao Zambujeiro, comparando-nos a “enxertos“, aplicação de “remendo“ em uma árvore perfeita e sadia, dizendo que se como enxertos não produzirmos frutos dignos de arrependimento, então seremos mesmo lançados no fogo...

Caramba, e ainda tem pregadores de meia caneca que afirmam que TODOS estão salvos, tá tudo certo... Jesus já pagou o pato por todos nós, temos livre acesso ao reino de Deus, vamos lá louvar a Deus, mandar um som na moral e requebrar pra valer diante do trono, gloria a Deus...!

Engraçado que nessas canções de “adoração“ o compositor mente tanto que nem sente... é tão besta que não leu na bíblia que diante do trono de Deus existem serafins que vivem a eternidade rodeando o trono dizendo:“...santo...santo...santo...“ não fazem mais nada, foram criados para isso, só; aí induzo povo trouxa a acreditar que poderá taqmbém chegar diante do trono de Deus com seus anéis de formatura, cordões de ouro puro, as mulheres com seus decotes e calças de linho... Puxa vida, Deustinha razão:“meu povo será levado cativo porque são burros“, pessoas que não tem conhecimento são mesmo ignorantes e se tornam burros por não aceitarem o conhecimento, o que foi o caso deles em não aceitarem Cristo como o Messias esperado.

Melhor pra nós, que pudemos lamber as migalhas lançadas ao chão, e ainda sssim, com toda nossa burrice e ignorância, fomos aceitos como incontestáveis adoradores... esse é um privilégio que poucos, muito poucos podem ter.

Que Deus nos ajude a todos.